Mesmo não sendo mais estudante, não deixo de acompanhar as agendas e lutas do Movimento Estudantil (M.E.).
Já era esperado que neste final de ano, ocorresse o “Congresso do CES”, (Congresso do Centro dos Estudantes de Santos e região metropolitana), uma agenda importante para mobilização dos estudantes da baixada santista. O CES é a entidade de representação estudantil mais antiga do Brasil em atividade, datada de 1.932.
Bom, hoje agrego outras responsabilidades que não tinha no último ConCES em 2010, não sou mais estudante, estou como dirigente de Juventude no Partido dos Trabalhadores, é função minha contribuir neste debate, ainda mais por que, tenho o M.E. como uma das bases na minha formação política, e de já ter sido dirigente de Grêmio, Diretório Acadêmico e do próprio CES.
Enfim! Trago neste momento uma flexão sobre o ‘ConCES’, a data que foi proposta é de “20 de Janeiro de 2013”... Mas Janeiro não tem aula! Então como se dará a mobilização dos estudantes? E os que moram fora da região e neste período estão de férias em suas cidades de origens, como ficam? E a eleição de delegados... Ah é, não tem, agora o estudante representa a si mesmo, não mais um coletivo de estudantes.
Um erro estratégico. É legitimo que se faça o ‘ConCES’ no início do ano letivo (...do ano letivo...), jamais no período de férias.
A Entidade precisa de vida orgânica, gerida pelos e para os estudantes, é necessário que haja uma aproximação da entidade com os estudantes. Instrumentos que ajudariam muito neste sentido estão abandonados como: o Blog do CES, o jornal “O estudante” que há anos não tem uma publicação. Além das lutas, diálogos regionais, que deixaram de acontecer faz tempo. E mais, a sede necessita urgente de reforma.
Não quero aqui fazer ataques por ataques à atual gestão do CES, sei das dificuldades que é gerir uma entidade como esta, já fui dirigente do CES, e também cometi erros semelhantes. Entendo que existe um conjunto de erros que vem se arrastando com o passar dos anos (das últimas cinco gestões) que resulta na realidade da entidade hoje. As pessoas que assumiram o CES no último ‘ConCES’, aceitaram administrar estes conflitos e erros do passado. E que avançar só seria possível se houvesse flexibilidade e recuo das forças remanescentes.
Bom, uma coisa eles conseguiram, oficialmente nesta atual gestão: PT, UJS/PC do B, PMDB, não fazem parte da entidade. Também não podem ser responsabilizados diretamente pela atual situação do CES. Quem lá ficou pode tranquilamente conduzir a gestão com ‘a cara deles’: ASS, Psol, PCB, PSTU/Anel e estudantes independentes.
Neste momento o que deixo de reflexão é: Será que o dia 20 de Janeiro de 2013, durante as férias, é a melhor data para a realização deste congresso estudantil?
Fico por aqui, um forte abraço.
PS. Após a publicação deste texto, recebi uma ligação do 3º Vice-presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), o Guilherme Guimarães, e ele me disse que haverá em Recife/PE neste mesmo final de semana o 14º Congresso Nacional de entidades de base (Coneb). Um momento que antecede o Congresso da Une (ConUNE), e que estudantes do Brasil inteiro representando seus diretórios acadêmicos debatem temas relevantes à realidade dos estudantes.
Agora fica mais evidente que além do esvaziamento dos estudantes independentes, e com as lideranças do M.E. na região estarão mobilizadas para o Coneb. O que eles querem é que apenas as forças que não reconhecem mais a UNE como representação estudantil se façam presente no ConCES. E quem perde!? Os estudantes. E a entidade!
Coordenador
da Juventude do PT Macro Baixada